terça-feira, 13 de setembro de 2011

Uma mídia mais ética e menos capitalista. É possível?


Quando a imprensa foi criada, uma de suas funções era exercer a chamada “comunicação informativa”, o que consiste em levar informações autênticas a quem a ouve, lê ou assiste. Como sempre, nem tudo que estava no papel enquanto projeto é colocado em prática: muitas vezes a mídia ignora a ética para atender a seus interesses capitalistas. O que antes deveria trabalhar à população, agora se mostra bem egoísta.
As emissoras de TV, redações de jornais impressos e as rádios, certamente necessitam de capital para continuarem produzindo seu trabalho, porém até qual ponto é respeitável visar o arrecadamento de verba?
Como afirmou Eugênio Bucci em seu livro “Sobre Ética e Imprensa”, muitos programas sensacionalistas de rádio e televisão utilizam como matéria prima o drama de cidadãos humildes que, sem saber o que está acontecendo, têm sua trágica história exposta a qualquer pessoa que possui curiosidades perversas. Tal ação é condenada pelo parágrafo X da constituição federal de 1988, no qual é preservada a intimidade de cada indivíduo, mas que é ignorado na busca selvagem pela audiência.
O fato de existir tantos programas televisivos que deturpam a realidade apenas em busca de uma audiência estrondosa, é um indicador de que nossa população é extremamente ingênua. O primeiro passo para diminuir os abusos na mídia é ensinar aos telespectadores que se uma matéria é transmitida em um meio de comunicação, ela pode tanto ser a pura verdade quanto a antiética “realidade aumentada”, aguçando assim o nível crítico da população para que ela mesma defenda seus direitos.
Os pilares do segundo passo para buscar a ética nos meios de comunicação são “fiscalizar” e “punir”. Se o governo vigiar com rigidez tudo que é publicado pela mídia e aplicar multas a cada deslize cometido, certamente a “comunicação informativa” seria exercida, afinal, se uma empresa visa tanto seus interesses capitalistas, com certeza terá receio de pagar pelos seus erros.

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